Já gostava de vinhos e azeites do Esporão há muito tempo, um nome que fica e se associa a qualidade. Quem nunca bebeu um simples Monte Velho que acuse!
A Herdade fica a cerca de 1h30 de Lisboa, depois de Reguengos de Monsaraz. Desde 1267! As indicações do site não permitem engano a lá chegar, e tínhamos reservado previamente. Fomos os 1os a chegar mas juntaram-se mais visitantes e até achei que tinha muita gente a visitar, apesar de ser "época baixa".
A sra Isa explicou tudo, o processo, mecanizado e manual, as cubas gigantes de tinto que não se misturam com as de branco, os tipos de vinho, visitamos vários locais de produção e descanso das pipas e garrafas. Terá outra vida na altura da vindima, e também se pode visitar nessa altura. O tecto é forrado com madeira proveniente de pipas, é muito bonito.
As pipas provêm de tanoarias nacionais e internacionais, uma arte muito antiga e impressionante, que dá outra vida ao vinho que lá descansa. Algumas são rotativas, modernices... As caves são mais escuras e húmidas, frescas, onde repousam as barricas de carvalho francês e americano (nome da espécie da árvore, não vem necessariamente de França ou da América), e onde o vinho estagia em garrafa.
E depois a prova, com "cunha", que em vez de ser um branco e tinto Defesa, foram 4 vinhos tintos, dois do Esporão e 2 da Quinta dos Murças que fica na região do Douro. É sempre muito pessoal gostar de um ou de outro, depende do paladar por exemplo, Eu sou mais Alentejo, há quem seja mais Douro ou Dão... Naturalmente gostei mais do Esporão Reserva que dos outros, mas é sempre giro ver as diferenças, ao 1o contacto e ao que fica depois, como se desenvolve. Falta-me o vocabulário conhecedor... Na loja há garrafas de tamanho gigante para levar para casa... este Monte Velho era de 3L.
No Foyer podemos descansar, está quentinho e agradável, com exposição de artefactos encontrados na herdade e quadros variados para apreciar. Assim como no restaurante, onde há por exemplo um Cargaleiro e um Pomar. Decoração simples e gira. Não andei a correr lá fora até à barragem, mas os miúdos divertiram-se a explorar as redondezas.
Depois da prova de vinho, a prova de azeite... o pão feito pelo chef era tão bom (e acabado de fazer) que até perguntámos se podíamos comprar, mas infelizmente não era possível...
Azeite da Quinta dos Murças, Biológico ou de Moura. Para molhar o pão, prefiro o de Moura, mas é mais forte e de sabor intenso. Bom...
E depois... várias entradas que não estavam escritas no menu, e sem ter apontado a descrição... oops... sei que as bolinhas tinham cogumelos e era tudo muito bom, inesperado e saboroso.
O menu Montanheira começa com:
- Cavala, tangerina, pepino e manjerona
- Tamboril, espigos, cantarelos e lardo
- Borrego alentejnao, ervilhas, copita e tupinambur /ou/ Entrecote de novilho, couve portuguesa, razis de aipo e rabano
O borrego tinha também um tártaro em bolachinhas.
Depois as sobremesas:
- Leite de ovelha, melaço de romã
- Citrinos, funcho e aveia
Para o café vieram também mais mimos, nunca se acaba de comer e provar coisas fantásticas...
Torna-se demorado com tantos pratos, especialmente para os miúdos que têm um menu mais reduzido e não aguentam tanto tempo sentados à mesa ou em conversa e tanta energia para gastar...
São 1800 hectares de terreno, com área florestal, vinha e olival, num ecossistema equilibrado e cheio de vida animal, com muitas aves, patos, lontras, sapos...
Um dia bem passado, que merecia mais tempo para caminhar a digerir o almoço, visitar a torre e museu, ou a cidade vizinha...
E trouxe algumas garrafas de vinho e azeite para a Holanda, para apreciar entre amigos.
Recomendo!