quarta-feira, novembro 16, 2005

Deve ser a isto que chamam...

Um dia de cão!!!

A sério, este dia vai entrar directamente para o top 5 dos meus piores dias .

Comecei por acordar às 06:15 da manhã - deitei-me depois das 02h - com os toques repetidos do telemóvel/despertador do meu irmão, que tinha posto aquilo em repeat, em vez de o desligar de uma vez! Depois de os ouvir a andar pela casa até perto das 07h, adormeci. O meu irmão ligou-me às 9:20 pra me falar de um teste que lhe correu mal. Hum... ainda demasiado cedo pra me levantar. Virei-me para o outro lado. O despertador tocou. Desliguei. Acordei quase às 11:00.
Ok, desta vez é que é. Depois de preparar tudo para ir para o ginásio, o pequeno-almoço tomado e o quarto mais ou menos arrumado, tudo em slow-motion, recebo um telefonema da Câmara.
"Joana, tenho aqui uma notícia, mas era importante que desses isto já".
Certo. O ginásio fica para amanhã. Ligo o computador, escrevo a notícia, e eu o meu garganta funda pede-me pra aguentar o texto. Merda! Está bem, respondo.
Mais uns quantos telefonemas e eu decido engolir uma sandes e uma peça de fruta e mandar a notícia da Lusa. Não, espera, manda já. Está bem, outra vez. Pouso tudo, volto a ligar o pc, acrescento umas coisas e mando a famigerada. Mais 3 telefonemas. Não escrevas assessor, escreve fonte! Não dá, a minha editora já mandou a peça. Esta gente faz-me velha.
Quero sair de casa, mas não encontro a chave do carro. Boa, Joana, desta vez é que a perdeste. Procuro, vou à rua, vejo perto do carro, subo os 17 degraus e volto ao meu quarto. Lembro-me do casaco que usei ontem, vou directa ao bolso e encontro.
Vou pra Lusa, páro para pôr gasolina na via rápida e acelero a fundo. Vou chegar uma hora atrasada!
Chego quando estão a dar as notícias das 15h. Peço pra me abrirem a cancela do parque "Editores only". Vá lá, ponho no 10, a Filipa está de folga.
Saio do carro, tranco a porta à mão e quando vou para abrir a porta do lado do pendura para tirar a mala, o casaco, o pc... vejo a chave do carro, pendurada na ignição, trancada dentro da cafeteira verde! Arrrggghhh! Tenho meia hora para ir para um serviço e tenho apenas os óculos de sol na mão.
Faço uma série de telefonemas e consigo combinar que o Hugo vá a minha casa buscar a chave suplente. Agradeço mentalmente ao meu tio Rui, que faz hoje anos, e que me martelou a cabeça para fazer uma cópia da chave do carro.
Vou para o serviço, uma visita da ordem dos engenheiros ao túnel do marquês. Entra-não-entra, tem ou não autorização... andamos naquilo meia hora até se perceber que "jornalista não entra". Ok, não quero saber. Estou com as minhas botas pretas novas, aquilo está cheio de lama e pó lá dentro e ainda faz mais frio que na rua. O resultado é uma espera de 3 horas à porta do estaleiro, com uma camisola de algodão no corpinho. Dois colegas emprestaram-me cachecóis, mas a coisa não melhorou muito. Juro que gelei até aos ossos!
Regresso à Lusa às 19:20, levanto a chave suplentem, resgato tudo do interior do sapinho, escrevo 2 notícias, faço um telefonema e vou-me embora às 20:30, antes da minha hora de saída.
Faço o caminho de regresso a pensar num jantar quentinho, que me aqueça por dentro e por fora. Estaciono o carro e tranco as portas com a chave.
A mã diz que me faz umas batatas fritas e eu amaldiçoo a proibição de comer ovos estrelados. Decidimos fazer uma pizza e, quando abro o frigorífico, descubro que não há queijo. A mercearia já está fechada.
Janto uma sopa e queijo-fresco, ataco o gelado de nozes de macadâmia que está há décadas no congelador porque a minha força de vontade tem sido mais forte. Mas hoje não.
Hoje tive um dia de cão.
JH.

1 comentário:

Anónimo disse...

um dia cão que... acabou com um geladão!!!!! Não há nada como finais felizes...