Um colega meio indiano meio inglês gosta particularmente de “skulls”. No trabalho usa menos anéis, mas quando está fora, todos os dedos das mãos os têm, ora com caveiras ora com olhos, pulseiras com caveiras, vários brincos, etc. Faz-me lembrar o personagem Bull’s eye do filme Daredevil, interpretada pelo Colin Farrel. Excelente pessoa, com um estilo muito próprio e até meio envergonhado. Cada vez tem mais tatuagens, sem problema nenhum, já é “quarentão” e continua em grandes noitadas com amigos. Perguntei o porquê das skulls, gosta delas, em casa tem de cavalos, rinocerontes... hã?... encomenda pela internet, entregam no trabalho... qualquer dia vejo ao vivo, espero não ficar com pesadelos... há gostos para tudo!
Um “kiwi” que por cá passou, vive há alguns anos em Londres, mas já fez longos passeios por África e pela Ásia. Muito em breve, o seu Landy vai atravessar de ferry para Espanha, ficar uns tempos em PT e partir novamente para África, em países menos turísticos, desta vez munido de várias câmaras de filmar com alta definição para que o próximo dvd saia com melhor qualidade. Não tem prazos para voltar, aliás, nada o vai prender a Inglaterra ou a qualquer outro país porque se desfaz com facilidade dos (poucos) pertences e fica “sem casa”. É possível que a estadia se prolongue por vários anos, sem stress, por desertos e caminhos desconhecidos, numa aventura.
Num jornal londrino falava-se de que o Ikea fazia questão em recrutar empregados pertencentes a “minorias” para ficar mais próximo das comunidades onde se inseria, porque no fundo os seus clientes iam pertencer a essas mesmas minorias e podiam-se sentir mais “integrados”. Desde que a “paridade” não seja levada ao extremo, faz todo o sentido. Agora quando contratam alguém menos qualificado só porque pertence à minoria x ou é “mulher”, porque têm de preencher esse requisito então já não faz sentido!
Há tempos houve uma situação pouco agradável por cá, nos supermercados AH, num comunicado interno para novas contratações de empregados para as lojas pequenas, tinha uma nota para não empregar marroquinos... são vistos por alguns como “causadores de distúrbios”, “como” os “magrebinos” em França.
Estereótipos, racismo, falta de abertura cultural... a convivência entre culturas e hábitos diferentes pode ser difícil, mas uma mente aberta, flexível e tolerante facilita.
Viva o euro como moeda única, a internet e as fronteiras abertas, que tem de bom e de mau, mas facilita. O que facilita? Turismo, emigração, enriquecimento de culturas...
De qualquer modo...
... continuo orgulhosa em ser portuguesa, tenho aprendido a dar mais valor a certas características do meu país. Algumas a que “estou habituada”, como o tempo/meteorologia nacional. Passando por outras experiências, com mais chuva, menos sol, mais frio e menos calor, “ausência de Verão” como eu o conheço, continuo a preferir e a ter saudades do nosso sol e das nossas praias!
1 comentário:
Uma das coisas boas desta minha aventura e da minha esposa por terras de Beatriz é o contacto com outras culturas. Acho que nos tem feito bem e tornou-nos mais tolerantes e abertos, coisa que já eramos por natureza, mas ficámos melhores.
Claro que sinto falta do sol e da comida e por ai fora, mas parece que ainda damos mais valor.
E continuo a achar que toda a gente devia passar um ano fora do seu país. Para alargar os nossos horizontes e percebermos melhor as nossas falhas.
Rui e Susana, dois tugas de Almada e Cascais a viver em Wageningen, Holanda.
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