sexta-feira, março 31, 2017

Arripiado

Do outro lado do rio Tejo fica a aldeia do Arripiado, e foi-nos recomendado para almoço. Fomos acompanhados pelo Filipe Bento que nos explicou a alma da aldeia e nos levou pelas escadinhas cuidadas das casinhas até ao restaurante Moinante.
O prato recomendado era a frigideira do mar, com lulas, choquinhos, conchinhas, mexilhões, gambas e um molho de lamber os dedos e encharcar o pão disponível, delicioso!
Estando em baixa a pesca de lampreia, e sendo necessário reservar com antecedência, sem garantia de boa lampreia local, fomos para o sável, que vinha acompanhado de açorda de ovas. Adoro açorda, adoro ovas, comemos o sável todo… para não variar, eram doses exageradas, veio um bocadinho de açorda para Amesterdão :D 
E ainda umas lulas com camarões para os mais jovens da mesa. De sobremesa, tanto a mousse de café como a de chocolate ficaram aprovadas.
Ainda passámos na padaria “central” para uns biscoitos caseiros de limão ou de noz que a sra tinha feito nessa manhã. Uma maravilha! Vieram até Amesterdão e até viajaram para Londres no fds seguinte!

O Filipe estava à nossa espera e levou-nos por outro caminho de regresso ao cais (militar). Simpatia e honestidade, espero que consigam ter muitos mais visitantes e expandir os passeios pelo rio acima com almoço incluído. Vale a pena visitar o nosso património, apoiar o que é nacional e descobrir novos recantos, cheios de potencial, pessoas com vontade positiva e restaurantes locais com excelente qualidade. E a preços muito convidativos, impressionantes pela humildade.

quarta-feira, março 29, 2017

Castelo de Almourol

Num fds curto em PT, faz-se por dar um passeio e fomos revisitar o castelo de Almourol. Uma pesquisa rápida na internet deu-nos o contacto e ficámos com tudo organizado. Fomos recebidos pelo sr Luís Pardal da Tritejo que tem 15 anos de experiência de barqueiro e estão desde o início do ano a tentar dinamizar a zona com os passeios de barco. 
Mas não foi só o transporte do cais ao castelo que tivémos, o sr teve sempre uma enorme disponibilidade para com a família, partilhar ideias e curiosidades, e até guiar pelo castelo.
Se não fosse a simpatia e conhecimento, nunca teríamos ficado a saber que do castelo havia um túnel de 12km, 6 dos quais “percorríveis” e outros tantos ruíram e podemos ver pedaços à beira-rio. Um dos túneis ia dar a uma igreja e outro a um convento, assim o Rei poderia fugir em segurança e segredo em caso de ameaça ao castelo. 
O rio Tejo tem enchentes que quase chegam ao nível da entrada do castelo. Entre altos e baixos do nível da água, o sr Luís já encontrou uma moeda muito antiga no rio. Quanto ao tesouro, houve tentativas de o encontrar, mas não se sabe se estará no castelo, no rio, no túnel… talvez um dia venha a ser descoberto!
Vale sempre a pena descobrir mais do nosso Portugal e divulgar!

segunda-feira, março 27, 2017

Pizzaria La Lotta

Quando as saudades de pizza apertam, há que ter a sorte de ter um dos sítios recomendados abertos à 2f.
O La Lotta fica na margem do Amstel, também tem academia (oficial e única da Scuola Nazionale Italiana Pizzaioli na Holanda) para ensinar a fazer pizzas e podem-se ter workshops com amigos. Vencedor de prémio para a pizza mais saudável em 2015 e mais “gostosa” em 2016.
Não percebemos a origem do nome, já que “lotta” significa “luta”… uma sessão de pancadaria?...
O forno de lenha enorme liberta aquele cheirinho a pizza... a minha amiga Italiana dizia que, pelo menu e erros ortográficos, não deviam ser mesmo Italianos, mas tinhamos de experimentar para poder estabelecer lugar nos preferidos.
Uma Crudo, Fiore di latte, parmaham, stracchino, rucola, Parmezaan, mas sem rúcula, por isso fica menos colorida.
Uma Al Funghi, Fiore di latte, gorgonzola picante, baby spinazie, gevulde portobello, oesterzwammen. Espinafres e cogumelos é comigo, neste caso cogumelos óptimos e menos comuns de comprar e encontrar em menu de pizza. A gorgonzola picante era interessante. E ainda adicionei o azeite picante numa parte para experimentar.
Ambas muito boas, embora brancas (sem molho de tomate), massa crocante e fininha, pratos limpinhos.

Para a amiga Italiana, o Bella Storia continua a ser vencedor por agora, já que o Pacciocone mudou de pizzeiro e ficou menos excelente. Por mim, sendo um nadinha fora do centro, não será a mais frequente de revisitar, mas cumpriu e agradou!

sexta-feira, março 10, 2017

Restaurante Café Cook

O café restaurante Cook é “de bairro”, o sítio da esquina para encontrar os amigos, 2 dedos de conversa com uma cerveja, chá, petiscos ou mesmo jantar. Neste caso era para um jantar rápido antes de um teatro (numa loja com coisas em 2ª mão, um Romeu e Julieta descontraído em que os espectadores levaram objectos que participaram na peça ao sabor da vontade e espontaneidade dos actores, muito engraçado).
O Cook tinha sido recomendado por amigos e tinha visto na ementa que tinha picanha. Começamos por partilhar um tartare com maionese de porcini, ovinho de codorniz e chips de chipotle e... escorcioneira (quem??). Era versão entrada e era muito bom, mas pequenino…
A picanha estava boa enquanto prato de carne, embora preferisse mais 1min passadinho, mas não era a picanha que eu estava à espera, moda Brasileira... tinha compota de chalotas, vinho do Porto e louro; mousse de alho torrado (?) e umas cenourinhas selvagens boas e uma bolinha panada de rabo de boi (bitterbal).
2 copos de Negroamaro acompanharam muito bem, desconhecia, gostei.
Para café de esquina, impressionou pelo cuidado da apresentação, variedade de ingredientes menos comuns e combinação vencedora de sabores. Um bocadinho ruidoso, tivémos sorte em ficar sentadas sem ter reserva, nuam 6f à noite estava cheio, como costume em Amesterdão...

terça-feira, março 07, 2017

Brunch no Coffee and Coconuts

Num dia cinzento, chuvoso e ventoso (como tantos outros, infelizmente) soube bem ter planos para brunch e achei (inocentemente) que talvez não houvesse fila no Coffee &Coconuts. Mas não, às 12h havia fila até meio da escada, demorou uns 15min, não foi mau. Manteve-se presente durante o brunch e quando saí, quase às 14h, a fila chegava à porta...
No bairro do Pijp, o edifício era um antigo cinema, espaço enorme e com decoração engraçada, alternativa. Tem vários espaços distintos e tive sorte de sentar numa mesa, podia ter sido um sofá e comer apoiada num banco de madeira.
Sempre um corropio de gente e pratos a sair, não demorou muito, com excepção do sumo de laranja (O.J. – Oranges squeezed on the spot) que foi esquecido, relembrado, prometido, cobrado, e finalmente perdoado.
Amante de chocolate, quente e chocolate preto, experimentei o CT’s hot chocolate drink with chocolate by Original Beans ‘Cru Virunga’ 70%, raw chocolate from the jungle. Era ok, não meloso mas sabor cumprido.
Fui para as opções mais estranhas/originais/menos comuns:
  • Green coconut bowl: A kick-start of the day, a smooth mix of mango, passionfruit, avocado, spinach and coconutmilk. All under a layer of CT’s delicious buckini. (Buckini Our Raw buckwheat breakfast mix, agave, sesame, coconut, hazelnut, pecan, almond, sultana, pineapple and banana.) Era muito de mastigar mas combina bem. Já tinha experimentado fazer batido com iogurte e abacate, fácil e saudável, e neste caso juntam-se os frutos secos etc e fica óptimo.
  • Coconut pancakes: Almond & buckwheat flour, banana, red fruit compote and maple syrup, all sweet and stylish. A fome já não era grande, mas as panquecas eram boas, sem ser demasiado doces, agradou!
A companhia optou por:
  • Almond croissant: Freshly made and served warm. Era crocante e quentinho sim senhor, mas muito doce, com o recheio de pasta de amêndoa, eu não o teria sido capaz de comer inteiro.
  • Mushroom & toast: Buttered toast served with a variety of sauteed mushrooms, poached egg and a parsley coulis. Mais tradicional de brunch, o queijo foi adicionado por opção e era bom, cumpria, cogumelos saborosos.
É um bom local para brunch, mas como não aceitam reservas depois das 10:30, pode demorar se for um grupo grande. Mas aos Domingos a ideia é ter um dia sem pressas, por isso espera-se enquanto se põe a conversa em dia e depois degusta-se com mais apetite...

sexta-feira, março 03, 2017

Restaurante Boca – Bastidores

Estando num lugar privilegiado, ao lado da cozinha, dá para fotos e pormenores suficientes para descrever os bastidores do Boca.
Desde já agradeço ao Filipe a atenção, simpatia e paciência com os nossos comentários e perguntas... é que estando ao lado do balcão da cozinha onde compõem os pratos... aguça o apetite e curiosidade! Local privilegiado para fotos e para ver/ aprender como preparam os pratos e se organizam na cozinha, parecia que estava num programa de tv, em directo J
O Filipe é do Algarve, Lagoa/ Carvoeiro, cuja foto/ quadro na parede ajuda a matar saudades, e aprendeu a cozinhar com a mãe. Trabalhou numa cozinha com 3 estrelas Michelin, Librije (trabalhar das 9 da manhã até à 1h da madrugada não deve ser fácil – e era quase brincar com a comida, texturas e forma... talvez um dia tenha orçamento e companhia para experimentar, mas não deve ser fácil...), depois esteve noutro restaurante com 1 estrela, 0 Valuas, e depois decidiu abrir o próprio espaço. Porquê Venlo, neste canto da Holanda quase na Alemanha? Pela mulher, claro, o coração manda!
O sr lavador de pratos era da Bulgária, o chef ajudante era da Venezuela e o outro ajudante era Italiano. Faltava um sub-chefe na cozinha, por isso houve alguma demora, estava bem composto de clientes tanto na nossa zona como no andar de cima para o menu normal. 
Vejo uma garrafa de Macieira a temperar uma frigideira.
A pinça, sempre presente, para compôr os pratos, alinhar as batatas e os camarões...
Há música Portuguesa no ar.
As ostras são de Aveiro, mostrou-nos a caixa!
Provámos o feijão que acompanhava a picanha, que bom!
A partir de Março o peixe virá fresco do Algarve!
Passa uma caixa de Super Bock para o frigorífico. No final dos cozinhados, a equipa começou a descomprimir com uma jola fresquinha
J
Saem umas batatas para a travessa, levam um murro cada uma, crocantes e delicisosas.
O sal grosso é aplicado de maneira harmoniosa sobre a frigideira.
Alguns pratos vão ao forno por uns minutos, outros colocados debaixo da grelha quente que desce para gratinar os ingredientes.
Colocam-se as luvas cirúrgicas, apita o alarme digital por cima do fogão, sai a lagosta do tacho, que depois é preparada para servir. E saíram muitas nessa noite...

Comem antes? Sim, tem de ser. E depois de tantas horas a cozinhar, ainda têm paciência para cozinhar para vocês? Devem ter fome... Às vezes encomendamos pizzas...
Quem cozinha lá em casa? O chef...

quarta-feira, março 01, 2017

Restaurante Boca – Venlo

Sábado estava dedicado também a visitar o restaurante Português Boca, do Filipe e da Maud. Foi sugerido por um amigo, caso contrário nunca saberia desta pérola escondida neste recanto da Holanda. 
O menu do site já abria o petite, tanto em petiscos como nos vinhos, mas pedimos mesa do chefe, onde nos sentamos perto (literalmente ao lado) da cozinha e temos atenção dedicada do chefe, que vem à mesa falar connosco para definir menu, preferências e explicar os pratos. No nosso caso acho que tivémos privilégio de proximidade e curiosidade atendida, com explicações extra e até prova de pratos extra, que iam para outras mesas... (post seguinte).
3 ou 5 pratos?... podem ser 4? Entrada, peixe, carne e sobremesa... claro!
O couvert tinha pão caseiro, crocante e quentinho; pastéis de bacalhau quentinhos (que maravilha e que saudades); azeitonas com orégãos, limão e alho; molho de tomate picado doce e picante em simultâneo; cenouras com cominhos e broa de milho caseira.
A entrada tinha puré de batata doce, lula grelhada, ameijoa, lagostim, espuma/ molho de chalotas e alga verde/ salicórnia. Que maravilha de combinação, prato raspadinho!
De peixe tivémos bacalhau fresco, perfeitamente cozinhado, molho de lavagantem ostra gratinada com bechamel caseiro preparado com vinho branco e... o branco era... tentámos adivinhar, provámos, quando ele nos deu uma tacinha com azeite, fez-se luz... é azeite!? Mas como? Segredos caseiros...
De carne tivémos bife da vazia grelhado, fatiado, muito tenro, com cogumelos selvagens e redução de vinho do Porto.
Querem que vos prepare um bocadinho de polvo? Não recusámos... com as batatinhas a murro crocantes, azeite quentinho, o polvo hiper macio foi preparado no forno durante umas horas... tenho um no congelador à espera de coragem para o assar... que bom, obrigada!!
Para sobremesa, mousse de café e gel de laranja (preparado com casca, cozinhada várias vezes num processo moroso cheio de paciência, que resulta num gel/doce de laranja de sabor delicado, macio e muito agradável). Quase lambemos os pratos :D
E também não recusámos um copinho de Ginginha... passa-se a fatia de limão pelo copo, faz toda a diferença no after taste! Só punha limão na amêndoa amarga, mas aprendi algo novo!


O serviço era muito simpático e o preço era inacreditável, comparando com preços de menu do chefe em Amesterdão. Dá 10 a zero aos restaurantes de cá ditos de peixe... só peca por ser tão longe, jantar em Venlo implica umas 2h de caminho de regresso, ou estadia local. Esperemos que haja oportunidade em breve de uma presença geograficamente mais convidativa! Até lá,  muito obrigada pela hospitalidade!