4 anos...
4?
Sim...
Já?
Passaram 4 anos desde que deixei Portugal e vim conhecer Amesterdão com olhos de residente.
Já lá vão 4 anos. Faz confusão! Não vim com tempo limitado mas continuo a dizer e acreditar que não fico cá para sempre, não comprei casa, não criei raízes que me impeçam de mudar de país novamente, ou de regressar.
Mudei de emprego, mantive a mesma casa, as bicicletas. Continuo a descobrir novos locais, a conhecer novas pessoas, para que o dia-a-dia não seja rotineiro ou desinteressante. Tenho aproveitado bem e vivido com tempo para mim, num equilíbrio de trabalho e vida pessoal que nunca pude ter em Portugal e vou ter dificuldades em deixar. Estranhamente estou quase a ultrapassar o tempo em que trabalhei em Portugal, 4 anos e picos... ainda bem presentes com a “escola” de consultoria. Sempre disse que nunca trabalhei tanto nem tão bem aqui como em PT, havia mais brio e exigência de qualidade, por cá nem por isso, nem com consultores...
E o resto mantém-se, as queixas maiores e saudades são da família e amigos, a falta de sol e a comida.
Mudei poucos mas alguns hábitos. Deixei de jantar às 21h e muitas vezes janto quando chego a casa (18h30, 19h) e antes das 20h30 já está a loiça lavada, porque tenho tempo e cheguei cedo. Mas não me rendi ao almoço de pão com queijo, nem à ausência de refeições quentes ou peixe fresco e variedade. Gosto muito de comer (a avaliar pelo nro de posts dedicados a restaurantes e a comida, não há dúvidas) e faço por continuar a comer bem.
Muitos colegas do emprego não só não comem carne com ossos, como não comem peixe fresco ou inteiro, os bifes e filetes são sempre mais fáceis, pois!
“Ah e tal, nunca vou ao mercado nem ao talho, compro tudo no supermercado, é mais fácil.” “Um peixe inteiro? Com cabeça? Nunca comi, nunca fiz, não sei fazer”
Faz-me confusão... E neste país há dezenas de restaurantes com estrelas Michelin!
Ainda estou para arranjar companhia para ir a um...
Com tantos colegas e amigos internacionais, quando se organiza um jantar há sempre o cuidado de escolher algo que seja adequado ao vegetariano, à carne Halal, ao Kosher...
E falar Holandês? É a pergunta do costume. (Para quê?...) Bem, tive mais aulas, percebo mais, entendo parte das notícias do jornal gratuito que se espreita no comboio. Mas todos falam inglês, o trabalho é em inglês, não há muita necessidade. Se houver, logo se aperfeiçoa. Mas consigo sobreviver e fazer-me entender se for preciso, com mais ou menos erros gramaticais e verbais.
E quem ainda não me veio visitar... já passaram 4 anos!!!! É desta?...
PS: Móbil comprado ontem, muito Dutch, com todas as características imediatamente reconhecíveis de Amesterdão/Holanda.