O Neves

Finalmente consegui descobrir “O Neves”. Não estava a chover e até estava um dia razoável, a C alinhou comigo em ir de bike. Não sabíamos bem onde era, imprimi um bocadinho do google maps e tinha visto o resto pelo site.

Fomos pedalando, é sempre a direito e há sempre caminho dedicado aos velocípedes.

Vêem-se campos, muitos patos e aviões ao fundo em aproximação de aterragem.

Estava muito frio. Entre várias camadas de roupa, barretes, carapuços e luvas, os pés gelavam.

Chegámos a Halfweg, literalmente “meio caminho”, entre Amesterdão e Haarlem. O número da rua principal pertencia a um armazém fechado, mas era o número B. O sinal da Sagres deu-nos uma alegria imensa, depois de uma pedalada comprida.

Demos a volta e lá estava a entrada, com pastilhas gorila à espreita! E era como um mini-mercado, mercearia com tudo... Olha isto! Olha aquilo! Até leitão assado tinha... caracóis congelados, picanha congelada, não faltava o bacalhau e castanhas. Pão alentejano também era possível mas tinha de ir ao forno, de manhã teria havido pronto a levar. Fiquei-me pela manteiga mimosa. E ficámos admiradas de sabores estranhos de Compal, novidades para nós. Romã e chá verde? Sal grosso, lixívia, lava tudo com cheiro, leite achocolatado ucal, pasta de sardinha, queijo de cabra, ficamos com desejos de tudo. E não se falava só português, havia holandeses! Como disse a C, goed koop! Para a próxima temos de levar o carro do M... a água das pedras torna-se pesada na mochila!

Depois de um almoço lanche num café acolhedor, onde a zona de mesas estava vedada porque estavam à espera de autorização explícita ou teriam de pagar alguns 20mil euros se a usassem, disse outro cliente que lá estava. Eles e as regras...
O caminho de volta fez-se igualmente com os pés gelados, com a noite a cair. Cheguei a casa e fui saber quanto tínhamos pedalado... só 20km... Mas valeu pelo passeio e pela descoberta!

(Entretanto uma turma de tugas já lá voltou com o carro do M e várias casas foram abastecidas, sentimo-nos mais bem alimentados...)