Há pessoas que conseguem transformar o nosso dia ou, pelo menos, melhorar muito o nosso humor do momento.
Isso já aconteceu a todos, claro, em diversas ocasiões, mas eu recordo-me de duas situações...
Uma delas aconteceu há cerca de um ano. Eu andava a fazer uma reportagem sobre a utilização do feng-shui em locais públicos de Lisboa, um trabalho que se arrastou durante muito tempo por falta de tempo minha e indisponibilidade das pessoas que eu queria entrevistar. Uma das pessoas com quem eu precisava de falar era a proprietária de um restuarante vegetariano perto do Hospital dos Capuchos, o Psi.
Naquele dia andei a correr, estava tudo a correr mal e eu cheguei ao Psi com uma neura enorme e sem vontade nenhuma de trabalhar. Até que conheci a Najma, uma médica de clínica geral de origem indiana, umas das pessoas mais maravilhosas que conheci. Contou-me como se empenhou em trazer o Dalai Lama a Portugal e conseguir que ele inaugurasse o belíssimo jardim onde funciona o restaurante, de inspiração oriental. E passámos o resto da tarde a conversar sobre as nossas vidas, as nossas crenças, à frente de um chá delicioso e de uma espécie de pão, cujo nome não recordo, com requeijão e mel, e o tempo voou. É à Najma que eu devo o meu jardim zen, um tabuleiro de areia e pedrinhas com dois ancinhos usados para meditação. Sempre quis ter um e lá no Psi têm um, em cima do balcão. Já não me lembro a que propósito, mencionei o jardim zen, e ela disse-me que tinha um, guardado para "alguém que quisesse muito um jardim zen". Dias depois, fez-mo chegar à Lusa, num embrulho. No final da nossa conversa, demos um abraço muito apertado, muito forte, como se fôssemos amigas há muitos anos...
A outra situação ocorreu ontem. O ambiente na Lusa está demasiado carregado, e ninguém tem vontade de rir ou de brincar. Pesado, pesado... Ainda por cima apareceu-me o trabalho todo ao mesmo tempo e tive de adiar várias vezes uma entrevista com o director artístico da Companhia do Chapitô, a propósito de uma reportagem sobre os 25 anos da instituição. Quando finalmente cheguei ao Chapitô, eram umas 19:30, fui recebida por outra pessoa, Rui Rebelo, co-fundador da Companhia. A boa-disposição e as ideias diferentes dele fizeram-me rir e saí do nosso encontro muito mais animada...
JH
3 comentários:
Pois há daquelas coincidências... adoro o Psi! Sempre que posso vou lá comer!
É daqueles lugares em que se deve ir... para pensar,para ver, só, com alguém... é um lugar para - estar!
Um verdadeiro oásis em Lisboa...
obrigada pelos teus posts!
JH
olá,
sou o rui rebelo que falas neste post. Vim aqui dar por acaso...
beijinhos
Enviar um comentário