sexta-feira, novembro 21, 2025

Regresso a Paris pós pandemia

Que saudades de viajar, como "antigamente"... ir a Portugal é ir a "casa", diferente de viajar para outros países.

Uma escapada curta, um dia em Paris, para uma pausa na vida corrida...

E que bem que soube, voltar a Paris depois da pandemia, uma cidade mudada, com muitas vias para ciclistas, muitos viajantes em 2 rodas (incluindo trotinetes), mais limpa, menos carros, mais parques infantis, mais calma, menos poluída. E com serviço mais simpatico, menos "nariz empinado" ou rabugento, como se espera do estereótipo.
Foi uma maravilha e descalabro culinário...
Comecei por provar um Paris Brest na padaria local (Union Boulangerie Paris), que é uma descoberta muito agradável e a precisar de mais exemplos, porque percebi que cada pastelaria tem a sua maneira de o fazer. A massa é diferente, nem folhado nem quebrada, o creme é uma delícia, e os olhos também comem e ficam felizes. Podia ter menos açúcar, claro.

Almoço no Breizh Café em Montorgueil, matar saudades de galettes bretãs, e de cidra! De pêra e de maçã, para não faltar nada...
Começar por umas telhas crocante de trigo sarraceno com rillettes artesanais, a amiga comeu uma traditional "complete" com queijo Comté, fiambre e ovo, servida com manteiga (podia-se escolher 3 sabores de manteiga).
Eu escolhi a de magret de pato fumado, com cogumelos salteados, queijo Comté, ovo, crème fraiche e pimenta d’Espelette
De sobremesa, a divider, uma do dia com pêra bêbeda e chocolate, gelado de baunilha, crocantes de amendoa.

Percorremos a cidade a pé, mas o problema é que em cada esquina, a cada 3 passos, há um restaurante, uma padaria, uma pastelaria, uma especialidade...
Passado 1h, estávamos a dividir um flan de baunilha do Nèulo... o tradicional, mas foi escolha difícil, porque havia demasiada oferta e todas apetitosas...  

Mais uma hora... um merveilleux sazonal com recheio de castanhas... mais uma bomba de açúcar... e já não aguentava mais doçaria...
E no dia seguinte comprei um cramique de chocolate, quentinho, muito fofinho  cheiroso para levar para casa, como se fosse um pão de leite com pepitas de chocolate mas muito muito bom!

Uma pausa para um momento cultural na Fundação Cartier inaugurada recentemente.
Arte moderna, contemporânea, portanto peças estranhas, coloridas, ruidosas, texturas, leituras, sons... "coisas duvidosas", mas sempre giro de ver. 


Passamos aos salgados, bar de vinho do hotel Hoxton, Planche, para uma tábua de queijos e charcutaria, copo de vinho. Era bom, mas rapidamente ficou muito ruidoso e não era barato, até pela quantidade servida. 

Não havia fome, mas faltava a brasserie da lista... mais uma caminhada e fomos até à Bellanger, onde todos eram muito simpáticos, o serviço funcionava maravilhosamente, com um sorriso e com malta muito jovem. Até comentámos que a geração jovem não quer trabalhar, mas ali funcionava perfeitamente.
2 entradas e 1 sobremesa, overdose de queijos... salada de endívia com o tradicional queijo Azul d’Auvergne, com pêras bêbedas e nozes caramelizadas.
Terrina do campo macerada com cognac.
Queijo de vaca Brillat-Savarin, muito a derreter (frio) com marmelada "fresca" maravilhosa.
Já não dava era para tudo, o estômago dizia - volta outro dia que hoje já não consigo trabalhar mais!
Para a próxima voltamos a esta brasserie mais cedo para outras entradas, prato principal e sobremesa, porque o Paris Brest deles que vi a passear merece uma dentada!


A bientôt!

segunda-feira, novembro 10, 2025

Mini-maratona de Ams 17 anos depois

Em Portugal corria as mini-maratonas da 25 Abril e fiz algumas da outra ponte também. Quando cheguei, fiz logo a mini daqui em 2008. Depois de ser mãe e pandemia... zero... Até o trabalho organizar este ano e decidi juntar-me aos colegas. 7.5km consegue-se com pouco treino...
Frio, muito frio... e ter de entregar o casaco bastante tempo antes... frio!! Mas antes frio que chuva!
O percurso mudou, do que era antes, e soube bem correr por Ams e recordar memórias de passar por ali de bike, recantos esquecidos, voltar a correr no Vondel... Mas estava meio mal disposta, com medo de ter fome comi 2 sandochas antes e foi um erro. A motivação e a cabeça comandam tudo... mas um colega puxou por mim e fomos... mantive +- o ritmo.
E depois o alívio, o contentamento de ter cumprido, sem parar... E ao mesmo tempo a sensação de que podia ter feito melhor... sempre muito exigentes!
E a surpresa, fiz melhor tempo que há 17 anos atrás, que orgulho!
Yes we can! Just believe you can, and goooooooo!

Mas dito isto, não me parece que volte a fazer outra meia maratona... e maratona inteira, no thanks!

quarta-feira, novembro 05, 2025

Campo Westerbork

De férias com a família Dutch, fomos passar uns dias na província de Drenthe e visitámos o campo Westerbork, que durante a II Guerra Mundial serviu de campo de concentração e hoje é um museu, memorial.

Passados tantos anos do fim da guerra, já quase não restam sobreviventes para contar a história, e é demasiado importante manter a memória viva, saber o que aconteceu, relembrar, aprender...
Estudei na escola e li o Diário de Anne Frank, e outro livro sobre os últimos meses dela. Na primeira visita a Amesterdão, fiquei fascinada ao ver a torre da igreja que ela descrevia. Ela e tantos outros passaram por aqui, mas ficamos sempre mais sensibilizados com histórias particulares que nos ficam na memória.

102.000 pessoas assassinadas, cada um com um paralelepípedo e estrela; 5.000 sobreviventes. 
Cartas, documentos, fotografias, objectos, vídeos, testemunhos áudio, explicação, história. Não só judeus, também outras etnias e holandeses "traidores" que escondiam judeus nas suas caves/sótãos/anexos, eram levados.
Depois da libertação, grande parte foi destruída, até ser decidido preservar para museu. Parte dos carris do comboio originais.
O ambiente não é tão pesado como em Auschwitz, ou assim o senti. Mas faz sempre pensar, que tempos, que histórias, que vidas, que destinos...
Relembrar de apreciar a paz e a liberdade que temos, e que muitos não têm nos dias de hoje, quando assistimos a episódios demasiado semelhantes nos dias de hoje, é incrivelmente triste.