Sempre pensei como, enquanto jornalista, iria lidar com notícias "difíceis", sobre acontecimentos tristes ou dramáticos.
Os jornalistas são (serão?!) humanos e, como tal, impressionam-se, emocionam-se e comovem-se como qualquer pessoa.
A verdade é que no dia-a-dia, ao escrevermos uma dessas notícias, acabamos por colocar um "escudo protector" e - por muito frio que isto possa parecer - no final, tudo se resume a uma questão de português para ver como sai o texto.
Ontem aprovei esta notícia:
Lisboa, 28 Nov (Lusa) – Um bebé recém-nascido, abandonado ainda com placenta e cordão umbilical, foi descoberto hoje de manhã com vida dentro de um saco térmico, em Alfragide, e levado para o hospital, encontrando-se “bem”, disseram à Lusa fontes policiais e hospitalares.
O bebé, que nasceu ao fim de uma gravidez normal - nove meses - foi deixado ao pé de um caixote de lixo, embrulhado numa toalha e dentro de um saco térmico. Passou ali a noite, até que alguém ouviu gemidos e se apercebeu que estava ali uma criança.
Tive de respirar fundo e encostei-me na cadeira durante um bocado, impressionada com esta história.
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