quinta-feira, outubro 27, 2005

R.I.P.

Vais acabar em Dezembro, diz o Público de hoje. Não se pode dizer que seja uma notícia totalmente inesperada. Há muito que assistíamos às crónicas desta morte anunciada. Desde logo quando emagreceste e começaste a aparecer todas as semanas em nossas casas. E ainda por cima não tínhamos de pagar nada por ti, porque vinhas, coitadinha, agarrada a dois jornais de referência ao sábado, que eu, aliás, comecei a comprar só para te ter. Ainda por cima não tínhamos de pagar nada por ti. E isso, nesta sociedade consumista, é o mesmo que não dar valor às coisas.
O Expresso é bom, custa três euros. A Grande Reportagem sai com o DN e o JN.
Apesar de não seres mais a mesma Grande Reportagem que eu comprei anos a fio.
Lembrei-me agora do Pedro Loureiro, o fotógrafo que embelezava as tuas páginas e que eu conheci no Creoula. O que será feito dele, quando tu não fores mais que uma recordação? E do Joel Neto, o fã do Sporting que detestava o Peseiro, e que eu conheci uma vez na Assembleia da República, quando ele preparava uma peça sobre aquela gente...
Foi por tua causa que eu comecei a admirar o Miguel Sousa Tavares e, depois, o Francisco José Viegas. Um já descobri, falta-me o outro...
Alguns artigos pioraram quando passaste a semanal, a Cidália compensou um bocadinho. Mas eu tinha uma relação afectiva contigo e por isso não te quis abandonar, como muitos fizeram, quando mudaste. E agora mataram-te. E eu estou triste, pronto.
A outra má notícia que o Público hoje traz - além de que não posso comer ovos estrelados nem mexidos, maionese caseira, mousse ou salame por causa da gripe das aves - é que o DNA pode ser reformulado, extinto ou ficar como está. Isto dito assim não é nada, porque na prática todos os cenários são possíveis, mas uma coisa é certa. Andam a pensar em mexer nele. E isso não é bom.
JH.

Sem comentários: