quarta-feira, março 04, 2009

Um dia no Alentejo (p2)

Fazer pão é sempre um desafio que aceito com gosto, apesar de saber que vou sofrer e ficar com bolhas nos nós dos dedos! (Apesar de já ter feito posts semelhantes no passado, volto a repetir o tema).

O alguidar de barro cheio de farinha de trigo, mistura-se com água quente, sal e a massa crua de fermento “de outro pão” que se arranja de um vizinho ou de uma padaria local. Amassa-se durante uma hora, dando “murros circulares” na massa e voltando a mistura “nos 4 cantos” de vez em quando. Se começar a formar bolhas espontâneas (como nos bolos) então está boa! Pousa cerca de 2h tapado com cobertores para crescer.

Entretanto prepara-se o forno. Quando a massa está pronta a ir a cozer, tiran-se as cinzas e arrefece-se com água. Atira-se farinha lá para dentro e vê-se se queima ou se “coze”. Se não queimar, os pães podem vir!

São tendidos 18 pães bem grandes que já repousaram e ainda cresceram mais, vão ao forno...

Passado um tempo...

Tira-se um a um, escova-se o excesso de farinha et voilá!
Não resisto a pão quente com manteiga, apesar dos inúmeros avisos... “olha que faz mal!...”

A meu pedido especial para as tias, recebi um talego muito original para trazer e guardar o pão, muito melhor que um normal saco de plástico! Feito à mão e bordado à mão, um mimo! O da direita não estava a ser usado na casa dos pais e trouxe também, há que manter e apoiar a cultura tradicional!

1 comentário:

Paulo disse...

"massa crua de fermento “de outro pão”"

Não sabia que em Portugal também usávamos "sourdough starter" para fazer pão. Cómico é encontrar-se no eBay estes mesmos starters a datar do final do século 19.

Dado que não costumo encontrar pão como o que há em PT aqui em Estocolmo (aqui ou é ligeiramente adocicado ou cheio de sementes), faco o meu próprio pão com batota, i.e. sem bolhas nos dedos e amizades.

No-knead bread:
http://www.sullivanstreetbakery.com/recipes/noknead.html

Se experimentares diz como saíu :D